Segundo o grupo de pesquisadores, há, ainda, em aberto, dois casos. Outros dois, que envolvem sobreviventes, aguardam desfecho do que ocorreu e a confirmação ou o descarte da participação de agentes da corporação.
"É importante ressaltar que a Defensoria Pública e o Ministério Público atuam de forma independente e complementar, com o objetivo comum de garantir a justiça e a defesa da ordem jurídica. A atuação da Defensoria Pública em relação à Operação Escudo se dá em colaboração com o Ministério Público, buscando sempre o esclarecimento dos fatos e a responsabilização por eventuais ilegalidades."
Procurado pela Agência Brasil, o MPSP não se pronunciou até o momento.
A Operação Escudo foi deflagrada, pelo governo estadual, na Baixada Santista, após a morte do policial militar Patrick Bastos Reis, das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), em 27 de julho de 2023. Na ocasião, o governo apontou que a ação serviria para combater o tráfico de drogas na área.
Ao todo, a operação culminou na morte de 28 pessoas. Segundo o Geni, nenhum dos 64 policiais escalados para a operação foi morto e apenas um foi ferido.
A operação foi marcada por uma grande quantidade de mortes, denunciadas como execuções por entidades de defesa dos direitos humanos e que levou essas mesmas organizações a questionar a ação. De acordo com as autoridades, as pessoas mortas tinham ligações com o mundo do crime.
Houve forte pressão para que o governo interrompesse a Escudo, que continuou e passou a ser chamada de Operação Verão.
As violações de direitos foram denunciadas pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), que divulgou um relatório sobre a operação. No documento, o órgão colegiado diz que pessoas próximas às vítimas contaram versões diferentes das apresentadas pela Polícia Militar. Uma das vítimas, por exemplo, estava em situação de rua e que, de acordo com moradores da região, não se encaixava no perfil de traficante de drogas, como a polícia havia alegado.
Outro relatório, da Defensoria Pública de São Paulo, revelou que 90% das prisões em flagrante feitas durante a operação não tiveram apreensão de armas. Outro dado destacado foi o de que 60% das pessoas detidas eram pardas.