Banco de Olhos de Volta Redonda faz oito captações de tecidos para transplante em setembro

Três delas aconteceram no Hospital São João Batista, onde funciona, e outras cinco por notificações de unidades da rede de abrangência

Sérgio Faria
19/09/2025 10h54 - Atualizado há 9 horas
Banco de Olhos de Volta Redonda faz oito captações de tecidos para transplante em setembro
Fotos de divulgação – Secom/PMVR.

A retomada das capacitações direcionadas a profissionais que atuam em hospitais, unidades de pronto atendimento e serviços de saúde, em agosto passado, pela equipe do Banco de Tecido Ocular Humano (BTOH) de Volta Redonda, tem contribuído para um resultado positivo. Neste mês de setembro, a unidade registrou oito captações de tecidos – três no Hospital São João Batista (HSJB), onde funciona, e outras cinco através de notificações vindas de unidades da rede de abrangência do órgão: em Volta Redonda, Resende e Nova Iguaçu.

As captações mais recentes datam da terça-feira, dia 16, e aconteceram no Hospital São João Batista e no Hospital da Fundação Oswaldo Aranha (H.FOA), ambos em Volta Redonda. Após avaliação do prontuário médico dos possíveis doadores, constatando a viabilidade de captação, as famílias de dois homens – um com 58 anos e outro com 72 – passaram pelo processo de acolhimento e entrevista feito por enfermeiro e técnico de enfermagem do Banco de Olhos e concordaram com a doação.

No início do mês, o HSJB notificou mais duas possíveis doações que foram bem-sucedidas. “Fico muito feliz em ver que estamos no caminho certo, incentivando as doações de órgãos e tecidos dentro da unidade. Foram três captações de tecidos em menos de 20 dias, isso confirma a importância da atuação das equipes do Banco de Olhos e da Cihdott (Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes) no hospital. Com esse resultado estamos contribuindo para diminuir a fila por transplantes no estado do Rio e, assim, garantindo mais qualidade de vida para a população”, disse o diretor-geral do HSJB e vice-prefeito de Volta Redonda, Sebastião Faria.

As outras doações vieram por notificação de três, das 34, unidades da rede de abrangência do BTOH do município. Foram duas captações no Hospital Municipal de Emergência Henrique Sérgio Gregori, de Resende; uma no Hospital Santa Cecília, em Volta Redonda; e outra do Hospital Estadual Dr. Ricardo Cruz (Hercruz), em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

No total, o Banco de Olhos de Volta Redonda disponibilizou à Central Estadual de Transplantes do Rio (CET-RJ), a Rio Transplantes, 16 córneas e 16 escleras, que podem beneficiar até 32 pessoas que estão na fila única. Antes de chegar à central estadual, os tecidos são levados para o laboratório do BTOH para o processamento da córnea. É separada a parte branca (esclera) da córnea, preservando os tecidos, e em seguida é feita a análise de sorologia.

Qualquer pessoa entre dez e 80 anos pode ser um potencial doador, basta manifestar em vida seu desejo aos familiares. Lembrando que somente a família pode autorizar a doação de córneas.

Equipe do BTOH Volta Redonda atua para incentivar a doação

O Banco de Tecido Ocular Humano de Volta Redonda atua em diversas frentes para incentivar a doação. “Uma das mais importantes, com certeza, é o trabalho de capacitação dos profissionais que atuam nas unidades da nossa rede de abrangência”, disse a enfermeira Daniela da Silva, que coordena o BTOH do município.

O treinamento aborda temas como o processo de identificação de potenciais doadores, acolhimento às famílias, aspectos legais e éticos da doação, além dos critérios médicos necessários para a captação de córneas. “O objetivo é promover a melhor compreensão dos profissionais da área de saúde, para fortalecer a rede de captação e transplantes de córneas, aumentar o número de doações efetivadas e, assim, devolver a qualidade de vida a quem aguarda por uma nova chance de enxergar”, disse Daniela.

Além disso, a equipe do BTOH de Volta Redonda participou, no início deste mês, de encontro estadual de fomento à doação de órgãos e transplantes. O EnCihdott 2025, no campus da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), no bairro Maracanã, na capital fluminense. E ainda ampliou as visitas técnicas ao Banco de Olhos, abertas para estudantes da área de saúde e para a comunidade, com o objetivo de estimular o interesse pela doação e desmistificar o processo.

Nesta e na próxima semana, a coordenadora do BTOH também vai participar de simpósios organizados pela Faculdade Estácio sobre captação e transplante de órgãos e tecidos, junto com outros profissionais, pelo “Setembro Verde”, campanha anual de conscientização sobre o tema.

 


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