A nota criticou Amorim, descrevendo suas declarações como "impertinentes" e que se comporta como um "mensageiro do imperialismo norte-americano". A Venezuela argumenta que tais afirmações prejudicam as relações diplomáticas entre os dois países, ameaçando a união que os une.
Além disso, o governo de Maduro voltou a questionar a decisão do Brasil de vetar a entrada da Venezuela no BRICS durante a cúpula de chefes de Estado realizada na semana passada em Kazan, Rússia. Segundo a ditadura, a posição do Brasil "atenta contra os princípios fundamentais da integração regional", conforme expresso na Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
A convocação do embaixador venezuelano e a solicitação de explicações ao diplomata brasileiro em Caracas são consideradas gestos diplomáticos de descontentamento. Um passo adicional poderia ser a decisão de não permitir o retorno de Vadell ao Brasil, ou até mesmo a expulsão do corpo diplomático brasileiro da Venezuela, o que poderia resultar em um rompimento das relações, semelhante ao que ocorreu recentemente entre a Venezuela e outros países da América Latina, como Chile, Argentina, e Peru.
Fontes oficiais relataram que, durante a reunião entre Hermann e autoridades da chancelaria venezuelana, uma nota foi entregue, reiterando o conteúdo do comunicado divulgado nas redes sociais e pela mídia estatal. Os funcionários venezuelanos expressaram sua perplexidade com a posição do Brasil em Kazan, além de uma irritação particular em relação às declarações de Amorim, que não estava presente no evento.