30/10/2024 às 14h32min - Atualizada em 30/10/2024 às 14h32min

Venezuela convoca embaixador em Brasília em meio a crise

Ditadura de Maduro expressa descontentamento com declarações do assessor especial da Presidência do Brasil, Celso Amorim

Igor Lemos
Reprodução
CARACAS / VENEZUELA - Em uma nova escalada da crise política e diplomática entre Brasil e Venezuela, o governo de Nicolás Maduro convocou o embaixador venezuelano em Brasília, Manuel Vadell, para consultas em Caracas. A medida foi anunciada em nota oficial, que também destacou o chamado ao encarregado de negócios da embaixada do Brasil na Venezuela, Breno Hermann (uma vez que a embaixadora, Glivânia Maria de Oliveira, está fora do país). O governo venezuelano manifestou sua "mais firme rejeição" às declarações de ingerência feitas por representantes do governo brasileiro, especialmente por Celso Amorim, assessor especial para Assuntos Externos.

A nota criticou Amorim, descrevendo suas declarações como "impertinentes" e que se comporta como um "mensageiro do imperialismo norte-americano". A Venezuela argumenta que tais afirmações prejudicam as relações diplomáticas entre os dois países, ameaçando a união que os une.

Além disso, o governo de Maduro voltou a questionar a decisão do Brasil de vetar a entrada da Venezuela no BRICS durante a cúpula de chefes de Estado realizada na semana passada em Kazan, Rússia. Segundo a ditadura, a posição do Brasil "atenta contra os princípios fundamentais da integração regional", conforme expresso na Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

A convocação do embaixador venezuelano e a solicitação de explicações ao diplomata brasileiro em Caracas são consideradas gestos diplomáticos de descontentamento. Um passo adicional poderia ser a decisão de não permitir o retorno de Vadell ao Brasil, ou até mesmo a expulsão do corpo diplomático brasileiro da Venezuela, o que poderia resultar em um rompimento das relações, semelhante ao que ocorreu recentemente entre a Venezuela e outros países da América Latina, como Chile, Argentina, e Peru.

Fontes oficiais relataram que, durante a reunião entre Hermann e autoridades da chancelaria venezuelana, uma nota foi entregue, reiterando o conteúdo do comunicado divulgado nas redes sociais e pela mídia estatal. Os funcionários venezuelanos expressaram sua perplexidade com a posição do Brasil em Kazan, além de uma irritação particular em relação às declarações de Amorim, que não estava presente no evento.


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