12/12/2024 às 10h36min - Atualizada em 12/12/2024 às 10h36min

Em evento, CSN planeja crescimento e investimentos para 2025, mas ignora cuidados ambientais em Volta Redonda

Apesar de perspectivas positivas de aumento na produção e investimentos, empresa omite ações sobre o impacto ambiental e uso de terrenos e prédios abandonados

Reprodução

VOLTA REDONDA - Durante o evento CMIN Day, promovido pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) nesta quarta-feira (11), a empresa traçou projeções otimistas para o crescimento do consumo de aço no Brasil. A CSN espera um aumento de 3,5% no consumo de aço em 2025, totalizando 26,9 milhões de toneladas. A previsão de crescimento é sustentada pela expectativa de melhorias na eficiência da usina de Volta Redonda, com possíveis novos investimentos para aprimorar a capacidade produtiva.

Segundo Luiz Fernando Martinez, vice-presidente comercial da companhia, o mercado de aços planos deve subir para 16 milhões de toneladas em 2025, um aumento de 3,22% em comparação com o consumo estimado de 15,5 milhões de toneladas neste ano. No segmento de longos, a projeção é de crescimento de 10,5 milhões para 10,9 milhões de toneladas.

Apesar das previsões positivas, o evento não trouxe nenhuma referência a medidas de sustentabilidade ou iniciativas voltadas para a mitigação dos impactos ambientais decorrentes da produção de aço, um tema cada vez mais importante para as grandes indústrias. Volta Redonda, sede histórica da CSN, tem enfrentado desafios relacionados ao uso de prédios e terrenos abandonados na cidade, com áreas que poderiam ser melhor aproveitadas para ações de revitalização urbana ou de preservação ambiental.

Além disso, o CEO da CSN, Benjamin Steinbruch, falou sobre o foco da empresa em uma gestão mais conservadora para 2025, mencionando que a CSN procurará crescer com cautela em um cenário econômico mais inflacionado. A empresa também deverá adaptar-se aos estímulos do governo chinês para incentivar o consumo de aço.

No entanto, a CSN não mencionou qualquer plano para dar destinação a seus inúmeros imóveis e terrenos ociosos em Volta Redonda, que permanecem abandonados e sem uso adequado. A cidade, que abriga a principal usina da empresa, sofre com os efeitos da poluição, especialmente o famoso "pó preto", que cobre ruas e residências nas áreas próximas à siderúrgica. A falta de ações concretas para o controle da poluição e a ausência de iniciativas para revitalizar essas áreas não foram abordadas pela empresa durante o evento, gerando preocupações sobre o compromisso da CSN com a sustentabilidade e a qualidade de vida na cidade.


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