12/12/2024 às 13h36min - Atualizada em 12/12/2024 às 13h36min

Azeite pode ficar 20% mais barato em 2025. Entenda o motivo da queda nos preços

Previsões indicam que o litro de azeite extra-virgem deve passar de R$ 80,00 para R$ 64,00 devido à recuperação da safra na Europa

Igor Lemos
Reprodução

Os consumidores brasileiros podem respirar aliviados em 2025 com uma redução significativa nos preços do azeite. Depois de uma sequência de aumentos impulsionados por condições climáticas adversas e pela alta do dólar, o litro do azeite extra-virgem nas prateleiras dos mercados brasileiros deverá cair de cerca de R$ 80,00 para R$ 64,00, uma redução de pelo menos 20%, segundo um levantamento realizado pela empresa italiana Filippo Berio.

O Impacto da Safra Europeia
A melhoria nas safras de oliva na Europa, especialmente após dois anos de produção limitada devido a condições climáticas severas, promete equilibrar o mercado e reduzir os preços. A nova safra europeia, iniciada em outubro de 2024, deve resultar em volumes mais robustos, com destaque para países como Espanha, Tunísia, Turquia e Grécia. Com isso, a previsão é que os preços do azeite recuem já no começo de 2025, podendo cair ainda mais ao longo do ano, caso a demanda global continue estável e as variações cambiais favoreçam o mercado.

Leonardo Scandola, diretor comercial da Filippo Berio na América Latina, afirmou que a produção global de azeite para a safra 2024/2025 está estimada em 3,1 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 23% em relação à safra anterior. "Estamos voltando aos padrões tradicionais de produção, o que traz uma resposta à crescente demanda mundial por azeite de oliva", destacou o executivo.

Por Que o Preço do Azeite Subiu Tanto?
Em 2024, o azeite registrou a maior alta desde 2012 no Brasil, com aumento de 50% em relação ao ano anterior, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A principal razão para esse aumento foi a escassez de produção nacional, já que o Brasil depende fortemente das importações da Europa para abastecer o mercado interno.

A escassez de azeite na última safra e a alta do dólar deixaram o Brasil vulnerável às flutuações dos preços internacionais. No entanto, com a estabilização da produção na Europa e a previsão de safra mais abundante, espera-se que o mercado de azeite se recupere, oferecendo mais opções aos consumidores e permitindo que o azeite volte a ser um item mais acessível nas mesas brasileiras.

O Cenário Italiano e os Desafios Climáticos
Enquanto a produção de azeite na Europa se estabiliza, a Itália, um dos maiores produtores do mundo, enfrenta dificuldades. A seca intensa e as altas temperaturas nas principais regiões produtoras, como Puglia e Sicília, devem reduzir a produção italiana em até 32% em relação ao ano passado, colocando o país na quinta posição no ranking global, atrás de outros produtores.

Apesar disso, Leonardo Scandola ressalta que, mesmo com a queda na produção, o azeite italiano continuará sendo reconhecido pela sua qualidade superior. "A dedicação das cerca de 400 mil empresas agrícolas na Itália mantém nosso azeite como um produto de excelência", afirmou.

O impacto das mudanças climáticas no setor agrícola exige adaptações urgentes, e o diretor da Filippo Berio acredita que é essencial investir em novas tecnologias e variedades de oliveiras mais resistentes à seca para garantir a sustentabilidade da produção de azeite no futuro. "Precisamos de modelos agrícolas que minimizem os efeitos climáticos inesperados e protejam o setor", conclui Scandola.

Perspectivas para o Mercado de Azeite em 2025
O mercado de azeite em 2025 tende a apresentar um cenário mais equilibrado, com preços mais baixos para os consumidores brasileiros. A recuperação da produção na Europa e o aumento da oferta devem, finalmente, aliviar a pressão sobre os preços, oferecendo uma oportunidade para que o azeite volte a ocupar um lugar de destaque na alimentação dos brasileiros, especialmente em um contexto de consumo mais consciente e focado no bem-estar.


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