BRASILIA - A Secretaria do Tesouro Nacional informou nesta segunda-feira (16) que as contas públicas do governo devem continuar no vermelho até o fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2026. Ou seja, o governo gastará mais do que arrecada, mesmo com a previsão de novos aumentos de impostos.
Por que o governo está no vermelho?
Segundo o relatório divulgado pelo Tesouro Nacional, as despesas continuam altas, e a arrecadação atual não é suficiente para equilibrar as contas. Para tentar mudar esse cenário, o governo planeja implementar medidas para aumentar a entrada de dinheiro nos cofres públicos. Entre as principais propostas estão:
• Aumento da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido): imposto pago pelas empresas sobre o lucro;
• Mudanças nos Juros sobre Capital Próprio: uma forma de remuneração das empresas que pode ser mais taxada;
• Regras para compensar a desoneração da folha de pagamentos: como processos no Carf e negociações de dívidas tributárias.
O que dizem os números?
Mesmo com essas medidas, o governo ainda projeta déficits nos próximos anos:
• 2024: Déficit de 0,6% do PIB (o total da produção de bens e serviços do país);
• 2025: Déficit de 0,4%;
• 2026: Déficit de 0,1%.
Só a partir de 2027 o governo espera conseguir um saldo positivo nas contas, iniciando com um superávit de 0,6% do PIB.
O que significa para o cidadão?
Esses déficits podem impactar áreas como saúde, educação e infraestrutura, já que o governo terá menos margem para investir. Além disso, o aumento de impostos pode ser repassado para produtos e serviços, afetando o bolso do cidadão.
O que o governo promete?
O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, afirmou que o governo está comprometido em equilibrar as contas públicas e cumprir as metas fiscais. Para isso, além de arrecadar mais, a ideia é controlar melhor os gastos e aplicar medidas rigorosas para reduzir o rombo nas contas.
Para quem observa de fora, fica a dúvida: será que essas medidas serão suficientes para resolver o problema ou só vão pesar ainda mais no orçamento das empresas e dos brasileiros?