17/12/2024 às 09h42min - Atualizada em 17/12/2024 às 09h42min

Dólar dispara na abertura e chega a atingir R$ 6,19

Investidores reagem a sinalizações do Banco Central sobre possíveis aumentos na taxa de juros, enquanto pacote fiscal do governo ainda aguarda votação no Congresso

Igor Lemos
Reprodução

O dólar iniciou a terça-feira (17) em forte alta, atingindo R$ 6,19, refletindo as repercussões da divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil. O documento trouxe novos indícios de que o Banco Central deve continuar elevando a taxa Selic nas próximas reuniões, o que impactou diretamente o mercado cambial e financeiro, além de deixar o cenário fiscal do país em destaque.

Na última semana, o Copom decidiu elevar a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, levando a Selic a 12,25% ao ano. No entanto, a ata revelou que o Comitê planeja novas altas da mesma magnitude em suas próximas duas reuniões, previstas para o início de 2025, o que elevaria a Selic para 14,25% ao ano. A sinalização gerou apreensão entre os investidores, que passaram a recalcular as expectativas para a economia brasileira.

O Banco Central destacou no documento que o recente aumento do dólar e a percepção negativa dos agentes econômicos sobre o pacote fiscal proposto pelo governo foram fatores determinantes para a necessidade de manter o ritmo de alta nos juros. O pacote de corte de gastos, que visa economizar R$ 70 bilhões nos próximos dois anos, foi anunciado pelo governo no fim de novembro, mas ainda aguarda votação no Congresso Nacional. O governo está pressionando para que o texto seja aprovado ainda nesta semana, antes do recesso parlamentar de fim de ano.

O movimento da moeda norte-americana reflete a inquietação do mercado diante do cenário fiscal indefinido e das altas sucessivas da Selic, que, por sua vez, afetam o crescimento da economia e a atratividade dos investimentos. O mercado observa com cautela o comportamento do governo e do Congresso, uma vez que a aprovação do pacote fiscal é vista como essencial para melhorar a confiança na política econômica do país.

O impacto no dólar e na Bolsa de Valores brasileira segue sendo uma consequência direta desse cenário de incertezas, com a moeda norte-americana mantendo sua trajetória de valorização, enquanto o principal índice da B3, o Ibovespa, enfrenta volatilidade devido aos temores sobre o futuro da economia nacional.


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://tudoaconteceonline.com.br/.