NORONHA - A Taxa de Preservação Ambiental (TPA) de Fernando de Noronha, em Pernambuco, sofreu um reajuste de 4,2%, passando de R$ 97,16 para R$ 101,33 por dia. A mudança entrou em vigor nesta quarta-feira (1º). O valor é cobrado individualmente para cada dia de permanência na ilha e foi instituído em 1989 com o objetivo de preservar o equilíbrio ambiental do arquipélago, que é considerado um dos maiores patrimônios naturais do Brasil.
Debate sobre valores diferenciados
Com o aumento, cresce o debate sobre a possibilidade de estabelecer tarifas diferenciadas para brasileiros e estrangeiros que visitam a ilha. Enquanto moradores e representantes do turismo local defendem que brasileiros deveriam pagar menos, argumentando que o arquipélago faz parte do patrimônio nacional, outros apontam que a medida poderia trazer complicações legais e administrativas.
“A ideia de um valor diferenciado para estrangeiros tem respaldo em outros destinos turísticos, como parques nacionais nos Estados Unidos e em países da Ásia. Isso poderia beneficiar o turismo doméstico e incentivar mais brasileiros a conhecer Noronha”, destacou Juliana Mendes, economista e especialista em turismo sustentável.
Por outro lado, associações internacionais de turismo e entidades ligadas ao setor afirmam que tarifas diferentes podem gerar uma percepção de discriminação e desestimular a vinda de turistas internacionais, que contribuem significativamente para a economia local.
Impacto na arrecadação
Segundo dados da administração da ilha, a TPA é uma das principais fontes de recursos para a manutenção da infraestrutura e preservação ambiental de Fernando de Noronha. Em 2024, a arrecadação ultrapassou R$ 40 milhões, valor investido em projetos como o controle de espécies invasoras, limpeza das praias e educação ambiental.
No entanto, o aumento da taxa gera questionamentos sobre sua acessibilidade. “Noronha é um destino dos sonhos, mas os custos estão cada vez mais altos. Isso pode afastar turistas, especialmente aqueles com orçamento limitado”, comentou Rafael Almeida, guia turístico local.
A discussão sobre a diferenciação de tarifas deve ganhar força nos próximos meses, enquanto o governo avalia possíveis mudanças na política de preços e busca equilibrar a preservação do arquipélago com a atração de visitantes.