RIO DE JANEIRO - A Polícia Militar do Rio de Janeiro divulgou um vídeo informativo nesta terça-feira (4) em que acusa facções criminosas de estarem tentando controlar a narrativa sobre o aumento do número de roubos de veículos no estado. Segundo a corporação, a escalada desses crimes seria uma retaliação dos traficantes às operações policiais que buscam sufocar financeiramente o crime organizado.
De acordo com os dados apresentados pela PM, em 2024 foram apreendidos 732 fuzis e realizadas 42.389 prisões em flagrante. A corporação afirma que líderes de facções ordenaram um aumento nos roubos de veículos como forma de pressionar as autoridades e demonstrar poder diante da ofensiva policial.
A divulgação do vídeo acontece na véspera do julgamento da ADPF 635 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), marcado para esta quarta (5). Conhecida como “ADPF das Favelas”, a medida estabelece restrições às operações policiais, incluindo o uso obrigatório de câmeras corporais, gravação em áudio e vídeo e geolocalização em viaturas da PM.
O presidente da Comissão de Segurança Pública do Senado, Flávio Bolsonaro, criticou a normativa e defendeu seu arquivamento. “Eu vou tentar usar a força da Comissão de Segurança Pública para que essa ADPF 635, que hoje está no Supremo, com relatoria do ministro Edson Fachin, seja arquivada, seja declarada improcedente, porque está gerando muitos efeitos, não só no Rio de Janeiro, mas pelo Brasil, ao impedir o trabalho dos nossos policiais”, declarou o senador.
A decisão do STF sobre a ADPF 635 deve impactar diretamente a condução das operações policiais no estado e pode gerar novos desdobramentos no enfrentamento ao crime organizado.