BRASILIA - Pelo segundo dia consecutivo, o Governo Federal não divulgou detalhes sobre as medidas de corte de despesas planejadas. Na segunda-feira (4), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou que o anúncio deveria ocorrer ainda nesta semana, mas, nesta terça-feira (5), evitou comentar o assunto.
Após uma reunião da bancada do PDT para declarar apoio a Hugo Motta (Republicanos-PB) na corrida pela presidência da Câmara, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, afirmou que não vê possibilidade de cortes em sua área. “O Ministério da Previdência não tem o que cortar. As despesas são obrigatórias, são despesas constitucionais”, explicou Lupi, ressaltando que o governo não tiraria direitos garantidos por lei e que a prioridade seria garantir eficácia e evitar benefícios indevidos.
O presidente Lula e ministros da Junta Econômica Orçamentária, incluindo Haddad, Simone Tebet (Planejamento) e Esther Dweck (Gestão), reuniram-se na segunda-feira para discutir estratégias. Uma nova rodada de conversas foi conduzida nesta terça-feira (5) pelo chefe da Casa Civil, Rui Costa, com a participação de Lupi e Wellington Dias (Desenvolvimento Social). Até o momento, nenhuma solução foi apresentada.
A resistência para anunciar o pacote de cortes decorre, em parte, da possível necessidade de limitar reajustes em programas sociais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o seguro-desemprego. Áreas como saúde e educação também podem ser impactadas, o que gera preocupação política, especialmente entre Lula, o PT e partidos de esquerda que sustentam o governo. As discussões continuam sob a pressão de manter a viabilidade fiscal sem prejudicar direitos essenciais.