A Polícia Federal concluiu, nesta quinta-feira (21), o inquérito sobre a tentativa de golpe de estado ocorrida em 2022 e indiciou 37 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu candidato a vice, Walter Braga Netto, e figuras como o general Augusto Heleno, o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
Os crimes e as penas
Os indiciados enfrentarão as seguintes acusações, com penas que podem se acumular:
• Golpe de estado: 4 a 12 anos de prisão;
• Abolição violenta do estado democrático de direito: 4 a 8 anos de prisão;
• Organização criminosa: 3 a 8 anos de prisão.
A estrutura dos grupos
O relatório final da PF detalha como os indiciados se dividiram em núcleos com diferentes responsabilidades para coordenar as ações:
• Desinformação e ataques ao sistema eleitoral;
• Incitação de militares ao golpe;
• Planejamento jurídico e operacional;
• Inteligência paralela.
Lista dos indiciados
Entre os 37 nomes estão militares, políticos e integrantes do governo anterior. Entre eles:
• Jair Messias Bolsonaro
• Walter Souza Braga Netto
• Augusto Heleno Ribeiro Pereira
• Alexandre Ramagem
• Valdemar Costa Neto
• Mauro Cesar Barbosa Cid (“Coronel Cid”)
• Filipe Martins
• Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
Nota oficial da PF
Em nota, a PF afirmou que os crimes foram apurados por quase dois anos, com uso de interceptações, buscas, quebra de sigilos e colaborações premiadas. As provas apontaram que os acusados agiram com divisão de tarefas para tentar manter Bolsonaro no poder, mesmo após a derrota nas urnas.
Próximos passos
O relatório foi enviado ao STF, que avaliará a denúncia a ser apresentada pelo Ministério Público Federal. Se condenados, os acusados poderão enfrentar penas significativas, além de se tornarem inelegíveis, marcando um novo capítulo na crise política brasileira.