21/11/2024 às 16h01min - Atualizada em 21/11/2024 às 16h01min

Bolsonaro e membros do governo anterior são indiciados pela PF por tentativa de golpe

Ex-presidente e aliados enfrentarão acusações de crimes graves, como golpe de estado, organização criminosa e tentativa de abolição do Estado democrático de direito; penas podem chegar a 12 anos de prisão

Igor Lemos
Reprodução

A Polícia Federal concluiu, nesta quinta-feira (21), o inquérito sobre a tentativa de golpe de estado ocorrida em 2022 e indiciou 37 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu candidato a vice, Walter Braga Netto, e figuras como o general Augusto Heleno, o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

 

Os crimes e as penas

Os indiciados enfrentarão as seguintes acusações, com penas que podem se acumular:

• Golpe de estado: 4 a 12 anos de prisão;

• Abolição violenta do estado democrático de direito: 4 a 8 anos de prisão;

• Organização criminosa: 3 a 8 anos de prisão.

 

A estrutura dos grupos

O relatório final da PF detalha como os indiciados se dividiram em núcleos com diferentes responsabilidades para coordenar as ações:

• Desinformação e ataques ao sistema eleitoral;

• Incitação de militares ao golpe;

• Planejamento jurídico e operacional;

• Inteligência paralela.

 

Lista dos indiciados

Entre os 37 nomes estão militares, políticos e integrantes do governo anterior. Entre eles:

• Jair Messias Bolsonaro

• Walter Souza Braga Netto

• Augusto Heleno Ribeiro Pereira

• Alexandre Ramagem

• Valdemar Costa Neto

• Mauro Cesar Barbosa Cid (“Coronel Cid”)

• Filipe Martins

• Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira

 

Nota oficial da PF

Em nota, a PF afirmou que os crimes foram apurados por quase dois anos, com uso de interceptações, buscas, quebra de sigilos e colaborações premiadas. As provas apontaram que os acusados agiram com divisão de tarefas para tentar manter Bolsonaro no poder, mesmo após a derrota nas urnas.

 

Próximos passos

O relatório foi enviado ao STF, que avaliará a denúncia a ser apresentada pelo Ministério Público Federal. Se condenados, os acusados poderão enfrentar penas significativas, além de se tornarem inelegíveis, marcando um novo capítulo na crise política brasileira.


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