PF mira “Rei do Benefício” e desarticula quadrilha que fraudava o INSS há mais de 10 anos

Mandados cumpridos na Capital e outras 4 cidades

Tico Balanço
17/07/2025 08h02 - Atualizado há 5 horas
PF mira “Rei do Benefício” e desarticula quadrilha que fraudava o INSS há mais de 10 anos
reprodução internet

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (17) a Operação Fraus para desarticular uma quadrilha que, segundo as investigações, vinha fraudando o INSS há mais de uma década por meio de um esquema sofisticado de concessão irregular de benefícios assistenciais.
De acordo com a PF, o grupo é acusado de atuar em fraudes relacionadas ao Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS), utilizando dados de terceiros obtidos de forma ilícita, plataformas restritas e brechas no sistema Meu INSS para protocolar pedidos falsos. Somente em seis meses analisados, os investigadores identificaram 415 requerimentos fraudulentos, que resultaram em prejuízo de mais de R$ 1,6 milhão aos cofres públicos. A estimativa é de que o total desviado pelo grupo ultrapasse R$ 30 milhões ao longo dos anos.
As investigações apontam que a quadrilha era composta por servidores públicos, gerentes bancários, profissionais gráficos e correspondentes bancários, que colaboravam para criar, sacar, manter e reativar benefícios fraudulentos. A organização era tão estruturada que, segundo a PF, alguns dos integrantes não conseguiam sequer abrir todas as contas bancárias vinculadas aos benefícios concedidos devido ao volume de fraudes praticadas diariamente.
Um dos principais articuladores do esquema era conhecido como “Professor” e “Rei do Benefício”. Ele seria o responsável por ensinar os demais integrantes a driblar os sistemas do INSS para conseguir a concessão dos auxílios de forma irregular. Segundo as investigações, gerentes bancários cobravam cerca de R$ 500 por cada conta aberta, enquanto cada benefício obtido de forma fraudulenta era comercializado por aproximadamente R$ 2.500.
A ação desta quinta-feira cumpre oito mandados de busca e apreensão em diferentes cidades do Rio de Janeiro: na capital, em Armação dos Búzios, Cabo Frio, São Gonçalo e Casimiro de Abreu. Os mandados foram expedidos pela 8ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
O inquérito teve início após um relatório do Núcleo Regional de Inteligência Previdenciária e Trabalhista do Rio de Janeiro apontar irregularidades em benefícios do BPC/LOAS concedidos pela Agência da Previdência Social em Arraial do Cabo. O núcleo é vinculado à Coordenação-Geral de Inteligência da Previdência Social, do Ministério da Previdência.
Os investigados poderão responder por estelionato previdenciário, organização criminosa, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.


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