21/11/2024 às 11h08min - Atualizada em 21/11/2024 às 11h02min
Revelações da PF sobre plano para matar Lula, Alckimin e Moraes: Bolsonaro pode ser preso?
Alan Santos (Agência Brasil) A revelação, na semana passada, de um plano golpista que previa assassinatos de figuras como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes, acentuou a gravidade das acusações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. O desdobramento deste caso trouxe à tona novos elementos que reforçam a possibilidade de Bolsonaro enfrentar acusações criminais, incluindo tentativa de golpe de Estado, corrupção e abuso de poder. A Procuradoria-Geral da República (PGR) já avaliou a trama golpista como mais um ponto a ser incorporado a um leque mais amplo de investigações, que inclui a suspeita de que Bolsonaro e seus aliados tentaram fraudar as eleições de 2022 e instaurar uma ditadura no país. De acordo com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, a conclusão das investigações da PF sobre a participação de Bolsonaro nas tentativas golpistas deverá ocorrer nos próximos dias, o que pode resultar no indiciamento do ex-presidente e de outros membros de seu círculo mais próximo. Bolsonaro, por sua vez, tem se mantido em silêncio após os novos desdobramentos, mas anteriormente negou qualquer envolvimento em ações golpistas, alegando que debates sobre o estado de sítio não constituem crime. No entanto, as investigações já indicam uma conexão entre o ex-presidente, seus aliados mais próximos, como o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, e uma série de práticas criminosas, desde fraudes em cartões de vacinação até a organização de um golpe. Enquanto as investigações se aprofundam, a discussão sobre uma possível anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro tem esfriado consideravelmente. A revelação de que o plano golpista envolvia assassinatos e a organização de uma estrutura criminosa ligada ao governo de Bolsonaro torna mais difícil qualquer argumentação em favor de uma anistia, especialmente à medida que surgem novas provas de sua participação em crimes graves. A decisão de Alexandre de Moraes de centralizar a investigação e compartilhar provas entre diferentes inquéritos sobre milícias digitais, ataques às urnas, e o uso do Estado para fins ilícitos, ampliou o alcance das investigações. Com isso, a ideia de anistiar os envolvidos na tentativa de golpe, que chegou a ser defendida por algumas figuras políticas, inclusive no Congresso Nacional, acaba perdendo força diante da gravidade das acusações que envolvem o ex-presidente. Ao invés de uma possível anistia, a probabilidade de prisão de Bolsonaro e seus aliados se torna cada vez mais iminente e muitos (aliados inclusive) já discutem não mais o ‘se’, mas ‘quando’ isso deve acontecer.