O ano de 2025 promete ser intenso e decisivo para a política, tanto no âmbito regional quanto nacional. Enquanto no Sul Fluminense observamos a consolidação de algumas lideranças e o surgimento de novas estratégias para fortalecer trajetórias políticas futuras, no cenário nacional as incertezas em torno de lideranças e projetos continuam a ditar o tom.
O Sul Fluminense e os desafios pós-eleições municipais
Na região Sul Fluminense, boa parte dos prefeitos conseguiu reeleição ou elegeu sucessores, demonstrando força política local, mas também a predileção dos eleitores para a continuidade.
Em Volta Redonda, o prefeito Neto saiu vitorioso com ampla vantagem, consolidando sua popularidade. Agora, a expectativa é que ele use esse capital político para alavancar a reeleição de seu irmão, o deputado estadual Munir Neto, na Alerj. A união familiar e o respaldo popular podem garantir frutos, mas exigirão trabalho contínuo para manter a base política ativa e engajada.
Barra Mansa segue um roteiro diferente: Rodrigo Drable entrega daqui a alguns dias o cargo a Luiz Furlani, seu sucessor. Nos bastidores, comenta-se que Drable pode ser chamado para o governo do estado, assumindo a Secretaria do Interior. Essa visibilidade estratégica poderá fortalecê-lo para 2026, quando ele deve mirar uma vaga na Alerj. Curiosidade: isso posto, ele medirá forças diretamente com o hoje seu principal adversário político: o ex-deputado Marcelo Cabeleireiro.
Em Resende, o prefeito Diogo Balieiro trilha caminho semelhante. Após garantir a eleição de Tande Vieira, Balieiro diz que pretende se dedicar à sua profissão de oftalmologista. Contudo, analistas políticos apontam que sua habilidade para ‘enxergar longe’ não se resume a profissão de origem. Balieiro deve assumir um cargo no governo estadual para se manter em evidência até 2026, quando pode disputar um cargo legislativo.
Pinheiral vive outro cenário. O prefeito Ednardo Barbosa conseguiu eleger Luciano Muniz como sucessor e planeja um período de descanso. No entanto, há indícios de que Ednardo já vislumbra uma candidatura a deputado federal em 2026, em uma eventual dobrada com Gustavo Tutuca, figura central em sua trajetória política. Ele vai precisar de muita sola de sapato para se tornar conhecido em outras cidades da região, uma vez que os votos de eleitorado pinheiralense não serão suficientes para conduzi-lo à Câmara dos Deputados.
Em Barra do Piraí, o clima é de incerteza. Mario Esteves, após dois mandatos consecutivos, não conseguiu emplacar um sucessor. Enfrenta dificuldades para fechar suas contas e lida com uma Câmara Municipal agora hostil. Seu futuro político depende da avaliação de suas contas pelo TCE (e, posteriormente, pela própria câmara barrense) e do impacto que isso terá em sua reputação.
Por outro lado, em Piraí, a vitória de Pezão sinalizou um ligeiro enfraquecimento de Gustavo Tutuca, que precisará redobrar esforços para garantir sua reeleição como deputado estadual, mesmo após resultados positivos em municípios vizinhos como Pinheiral.
O Cenário Nacional: Incertezas e disputas
Em nível nacional, as expectativas para 2025 estão cercadas de dúvidas e possíveis mudanças. A saúde do presidente Lula, que recentemente passou por uma cirurgia delicada, é um ponto de preocupação. A dúvida sobre sua capacidade de enfrentar uma nova eleição em 2026 levanta discussões na base governista. O ministro Fernando Haddad desponta como alternativa, mas enfrenta desafios significativos em sua gestão na Economia, com dificuldades para implementar reformas e lidar com a volatilidade do dólar.
Na oposição, as incertezas são igualmente marcantes. As investigações sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua possível prisão trazem mais perguntas do que respostas. Mesmo que recupere seus direitos políticos, é incerto se terá tempo e força para reorganizar seu grupo. A volta de Donald Trump à presidência dos EUA é um alento, mas não é preponderante em meio a uma série de indiciamentos e investigações envolvendo o ex-presidente e alguns de seus assessores mais próximos. Enquanto isso, nomes como Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, e a personalidade da internet Pablo Marçal começam a ser cogitados como alternativas para liderar a direita.
O que esperar de 2025?
O cenário político para 2025 será, acima de tudo, de articulações e reposicionamentos. No Sul Fluminense, lideranças locais precisarão equilibrar a manutenção de sua base com a projeção de novos nomes para as eleições de 2026 que, por sua vez, deverão pavimentar os caminhos para as eleições municiais de 2028. Nacionalmente, tanto governo quanto oposição terão que resolver suas questões internas antes de apresentarem nomes e projetos sólidos para o próximo pleito.
Com tantas variáveis em jogo, o que resta ao eleitor é acompanhar de perto os movimentos e desdobramentos. Afinal, 2025 será o alicerce para as eleições de 2026, um ano que promete ser decisivo para o futuro do Brasil.