Chegamos ao fim de 2024, um ano em que a saúde brasileira atravessou uma montanha-russa de crises, alternando entre tragédia e comédia ácida. Entre surtos, enchentes e reajustes, sobrevivemos – ou melhor, resistimos. Se a saúde fosse um paciente, o diagnóstico seria claro: exaustão crônica.
Dengue: O Vilão do Ano
O Aedes aegypti decidiu lembrar ao Brasil que ainda é o grande astro das doenças tropicais. Em 2024, os casos de dengue dispararam, batendo recordes de mortes e hospitalizações. A novidade positiva veio com a inclusão da vacina contra a dengue no SUS – uma conquista atrasada, mas bem-vinda. No Brasil, aprendemos a celebrar até as vitórias que demoram demais para chegar.
Planos de Saúde: O Preço da Sobrevivência
Enquanto o SUS enfrentava surtos e filas intermináveis, os planos de saúde individuais apresentaram um reajuste de 6,91% – um “presente” para as operadoras e um golpe direto no bolso dos usuários. Saúde virou sinônimo de luxo, e o desafio passou a ser sobreviver às contas do fim do mês.
Política Nacional de Cuidados: Um Raio de Esperança
No meio do caos, uma boa notícia: o Congresso aprovou a Política Nacional de Cuidados, que agora aguarda a sanção presidencial. Essa iniciativa representa um avanço importante, reconhecendo que saúde não é apenas tratar doenças, mas também acolher e respeitar a dignidade das pessoas.
Expectativa de Vida: Subimos (Devagar)
O IBGE trouxe um alento: a expectativa de vida do brasileiro voltou a crescer, superando os níveis pré-pandemia. Estamos vivendo mais, mas o entusiasmo é moderado. Afinal, viver mais só faz sentido se o sistema de saúde acompanhar esse crescimento e oferecer qualidade de vida.
Clima e Saúde: O Combo do Caos
Como se a saúde pública já não estivesse sobrecarregada, os eventos climáticos intensificaram os desafios. Enchentes no Sul e queimadas em outras regiões trouxeram surtos de doenças respiratórias e outros problemas inesperados. Foi um lembrete da natureza: se não cuidarmos dela, ela também não cuidará de nós.
Conclusão: Sobrevivemos (Por Pouco)
2024 foi um ano de extremos, oscilando entre pequenos avanços e grandes retrocessos. O Brasil segue lutando para equilibrar o que temos com o que precisamos. Que 2025 nos traga menos mosquitos, menos filas e, principalmente, menos boletos impagáveis dos planos de saúde.
Se podemos pedir um milagre, que ele venha em forma de planejamento, prevenção e alívio – para os profissionais que seguram o sistema de pé e para os milhões de brasileiros que dependem dele. Em 2024, aprendemos que viver é resistir. Agora, é hora de esperar que a saúde, finalmente, pare de pedir socorro.
Que venha 2025!