04/02/2025 às 16h37min - Atualizada em 04/02/2025 às 16h37min

O consumo de café durante a gestação: riscos e cuidados para mamãe e bebê

A cafeína pode afetar tanto a saúde da gestante quanto o desenvolvimento do feto; entenda os cuidados necessários

Roberta Ghetti

Roberta Ghetti

Nutricionista Especialista em Nutrição Materno-Infantil

Reprodução

Querida mamãe,

 

O café é um dos queridinhos do dia a dia de muitas mulheres. Seu sabor e efeito estimulante são irresistíveis para quem busca energia e disposição. No entanto, durante a gestação, essa bebida tão popular exige atenção especial, principalmente devido à cafeína, substância presente no café que pode trazer riscos à saúde da mamãe e do bebê.

 

Neste momento tão especial da sua vida, em que o corpo passa por tantas transformações, é fundamental tomar decisões conscientes sobre o que consumir. E, quando se trata de cafeína, a recomendação dos estudos recentes é de não consumo de café durante a gravidez.

 

**Por que o café pode ser um risco na gestação?

 

A cafeína é uma substância estimulante que atua sobre o sistema nervoso central. Quando consumimos cafeína, ela é rapidamente absorvida pelo organismo e, através da corrente sanguínea, chega ao bebê, através da placenta. No entanto, o sistema de eliminação da cafeína do bebê ainda está em desenvolvimento, o que significa que ele pode não metaboliza a substância, resultando em acúmulo no organismo fetal.

 

Isso gera uma série de consequências negativas para o bebê, entre os efeitos mais preocupantes da ingestão excessiva de cafeína estão:

 

Restrição do crescimento fetal: A cafeína pode reduzir o fluxo sanguíneo para a placenta, prejudicando a nutrição e o oxigênio que o bebê recebe, o que pode afetar seu crescimento adequado. Isso aumenta o risco de baixo peso ao nascer, uma condição que pode comprometer a saúde do bebê.

 

Aumento do risco de parto prematuro: Estudos indicam que o consumo elevado de cafeína pode estar relacionado ao parto prematuro, pois pode estimular contrações uterinas e afetar a frequência cardíaca do bebê, interferindo no equilíbrio da gestação.

 

Anomalias no desenvolvimento cerebral e cardíaco: Como a cafeína atravessa a placenta com facilidade, ela pode afetar o desenvolvimento neurológico e cardíaco do feto. Isso inclui a possibilidade de anomalias no sistema nervoso central e em outras estruturas importantes para o bebê.

 

Aumento do risco de aborto espontâneo: Alguns estudos associam o consumo excessivo de cafeína ao risco de aborto espontâneo, especialmente em estágios iniciais da gravidez, quando o risco de perda gestacional é mais elevado.

 

O impacto na mamãe:

 

Além dos riscos para o bebê, a cafeína também pode afetar a saúde da gestante, principalmente quando consumida em grandes quantidades. Durante a gravidez, o corpo da mulher sofre mudanças hormonais e fisiológicas que tornam o metabolismo mais lento. Isso significa que a cafeína permanece por mais tempo no organismo, potencializando seus efeitos negativos.

 

Aumento da pressão arterial: O consumo de cafeína pode elevar a pressão arterial, o que é particularmente preocupante para gestantes que já possuem algum risco de hipertensão ou pré-eclâmpsia (uma condição caracterizada por pressão alta e retenção de líquidos).

 

Distúrbios no sono: A cafeína é um estimulante, e muitas gestantes relatam dificuldades para dormir quando consomem café, o que pode prejudicar a qualidade do sono e afetar a disposição, funcionalidade do corpo e o bem-estar durante o dia.

 

Desidratação: A cafeína também tem efeito diurético, ou seja, aumenta a produção de urina e pode contribuir para a desidratação, o que é especialmente importante de se observar durante a gestação, quando a necessidade de líquidos é maior.

 

Lembre-se: cada escolha durante a gestação tem impacto na saúde do seu bebê. E, com carinho e atenção, você pode tomar as melhores decisões para essa fase tão especial.

 

Com todo o carinho e cuidado,

Sua nutricionista especialista em saúde materno-infantil.

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